QUANDO A JUVENTUDE GUINEENSE É EXORTADA A RESPONDER, QUEM RESPONDE, FÁ-LO COM EMPENHO E SAPIÊNCIA!

15/04/2010 02:38

 

Quem teve a oportunidade de estar presente no Djumbai da diáspora Guineense em Portugal, realizado no passado dia 17 de Outubro, sob promoção da Associação de Jovens para Acção e Cidadania pela Guiné-Bissau (AJAC-GB), só tinha motivos para ficar orgulhoso com o que assistiu daqueles jovens, sejam eles membros da AJAC-GB ou simples participantes em busca do melhor caminho para a Guiné. Entre a juventude presente no evento, muitos receberam lições sobre a importância que a diáspora deve ter no desenvolvimento da Guiné-Bissau. Contudo, muitos revelaram não ter medo de assumir a responsabilidade que lhes cabe como filhos daquela pequena terra e colocaram questões e sugeriram caminhos.
Nessa incessante busca de formas de contribuir para o desenvolvimento da nossa terra, foi apontado o caminho da criação de um novo espírito nacionalista Guineense, no termo mais positivo da palavra. Sem extremismos, nem egocentrismos. Mas sim recuperar aquele sentimento patriótico do povo Guineense vivido após os primeiros anos de independência, resgatar a boa imagem da Guiné-Bissau através da promoção da sua cultura e da boa prática da sua gente. Nesse campo o nosso grande Zé Manel foi um dos exemplos indicado aos mais jovens. Foi feito um grande apelo ao regresso após a conclusão dos estudos de forma que cada um contribua na sua área para fazer avançar o país. Sendo que para tal os jovens foram incitados a manter uma forte ligação com a pátria, pois só assim os estudos serão realmente úteis à terra. Sem essa forte ligação, mesmo regressando ao país, por falta de conhecimento da realidade do mesmo, a tendência é introduzir politicas descontextualizadas no país. Caminho que tem se mostrado ineficaz para resolver os problemas que afectam o povo Guineense e pior que isso cria outros problemas. Em relação a este assunto, ainda foi muito referida a questão da diferença de realidades de África, e em particular da Guiné-Bissau, em relação à Europa onde sai o maior número de quadros.
Os jovens continuaram a assumir o papel que lhes cabia, e apontaram a corrupção como um dos maiores responsáveis pela situação do país. Nesse capítulo, a mesa de “Djumbaiduris” procurou todos os argumentos possíveis para encorajar os jovens a manterem-se fiéis aos seus compromissos, nunca se deixando corromper. Para tal, o conselho mais escutado foi o dos jovens começarem desde já a honrar com honestidade todas as suas acções académicas e pessoais.
Sob tentativa de exortar os jovens a elevarem a sua voz, foram pedidas sugestões sobre os meios de fazer chegar a voz da diáspora à Guiné-Bissau, sendo que o site
https://www.didinho.org/ foi um caminho indicado nesse sentido. Outro dos caminhos indicados foi a promoção de iniciativas idênticas ao Djumbai, de forma a criar um clima de unidade e diálogo que se quer para a Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau, trata-se de um país ainda virgem e como tal necessita de todos os seus filhos, de preferência os melhores em todas as áreas. Na sequência disso a juventude foi incitada a dar tudo de si no que faz, a pular a barreira do conhecimento recorrendo a uma ilimitada imaginação para ajudar a pátria. Os jovens foram convocados a lutarem para serem os melhores em tudo o que fazem, sem necessidade de recorrer a métodos desonestos que muitas vezes são ferramentas na nossa sociedade.
Neste oportuno Djumbai onde os mais velhos e os mais jovens trocaram ideias em busca de formas de contribuir para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, parece-me oportuno salientar a disponibilidade e humildade de pessoas como o Prof. Celestino Macedo, Flaviano Mindela dos Santos, da Casa da Guiné em Portugal, o seu presidente Dr. Soares Parente e D. Celeste Embaló. Ainda se destacaram as presenças de Eng. Domingos Simões, do Tony Tcheka no local, sem esquecer o correspondente da Rádio Pindjiguiti e muitos outros.
No meio de toda aquela emoção que por vezes ia tomando conta de mim ao longo do debate acesso, senti que os jovens Guineenses em Portugal, tal como em outras partes do mundo, necessitavam deste género que acções, senti que o afastamento que muitas vezes existe entre a mãe Guiné e os seus filhos é mais que involuntário, ela não é nada mais que um mecanismo de prevenção da dor que a situação da terra causa nos seu filhos. É por esse motivo que concluo esta análise dando os merecidos parabéns a todos os membros da AJAC-GB por todo o esforço disponibilizado e pela nobre iniciativa.

Estamos Juntos!

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Testemunho de Edson Incopté

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